terça-feira, 24 de outubro de 2006

Coisas que percorrem o meu ser...

Perdido,
Dentro de algo que julgo ser eu...
Perco-me nas entranhas putrefactas do meu ser...
Sinto uma vibração, um ruído estridente como que um mecanismo prestes a colapsar dentro do peito que se encontra aberto, expondo toda a merda para fora, para o exterior que apesar de calmo se torna cada vez mais hostil ao passar de cada segundo.
Trespassado por garras que me comem por dentro, sigo por entre estátuas que teimam em rir desta figura que diambula por entre ruas de carne forradas a sangue. Sigo por entre tentações ficticias de atenuações, por entre pilulas mágicas de garantias de apodrecimento... mais não preciso!



Sento-me a um canto no meio da praça... à esquerda da estátua que figura no centro direito... do ponto de vista embriagado do meu ser...Molhado pelo choro dos anjos que traí, sinto-me ser lavado das minhas chagas, essas dentadas que figuram no meu peito... essas faltas de carne que figuram em mim que mais parecem carências de alma. Percorro todo o meu ser de fio a pavio, sem me perder, perdendo-me neste monstro em que me tornei... já não sei quem sou, acho que nunca me consegui identificar. Mas agora que me revejo através deste vidro fosco que me reflete a alma, não me vejo se não perdido neste mundo de hipócrisia que ajudei a criar...

Afonso de Sade

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